A chegada de um ciclone extratropical fez o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) decretar “alerta vermelho” no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina por causa do perigo provocado pelas tempestades intensa e pelo vendaval.
Na classificação do Inmet, alerta vermelho aponta a previsão de ‘grande perigo’. No geral, a classificação prevê volume de chuvas acima de 100 mm por dia. Há um grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco. Além de trazer chuvas intensas, esse fenômeno tem causado queda de granizo e ventos fortes em várias cidades, resultando em diversos danos, especialmente no Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina.
Marcia Seabra, meteorologista e coordenadora-geral do Inmet, afirmou que na região metropolitana de Porto Alegre os ventos podem ser bem fortes, chegando a 110 km/h.
“O risco principal é de vendavais e fenômenos isolados severos como tornados ou correntes de vento descendentes violentas (micro-explosões). O cenário, embora menos grave que há três anos, guarda semelhança com o do ciclone bomba de 30 de junho de 2020, quando uma linha de instabilidade associada ao ciclone avançou pela mesma região”, afirma a MetSul.
Como resultado, as atividades em campo serão comprometidas, atrasando principalmente a semeadura do trigo na região e representando um risco para as lavouras de citros e hortaliças devido ao granizo.
Cronologia da passagem do ciclone
- Quarta-feira (12): os ventos se intensificam durante a tarde e a noite atingindo até 110 km/h no leste do Rio Grande do Sul e na parte de serrana do estado.
- Quinta-feira (13): a intensidade do ciclone se mantém no Rio Grande do Sul, mas ele se desloca, atingindo Santa Catarina, onde deve provocar ressaca na faixa litorânea. A ressaca se desdobrará entre Laguna (SC) e a Campos dos Goytacazes (RJ), com ondas de até 4 metros.
- Sexta-feira (14): uma massa de ar frio começa a atuar no Sul, com previsão de geada em vários pontos e temperaturas próximas a zero nas serras gaúcha e catarinense.
- Sábado (15): os ventos chegam ao Rio de Janeiro e, apesar de perder intensidade, devem ser fortes no litoral do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Nesta data, em São Paulo, há previsão de geada no sul do estado e na Serra da Mantiqueira.
De acordo com a MetSul, na quinta continuam a condições para rajadas “extremamente fortes”, mas a chuva deve diminuir. “O ciclone se afasta gradualmente da costa e a chuva diminui bastante na maioria dos locais. Em vários locais do Sul do Brasil, inclusive, para de chover e podem ocorrer aberturas”, afirma o serviço de meteorologia.
O que é um ciclone extratropical?
Os ciclones são sistemas de baixa pressão atmosférica, isto é, regiões causadoras de tempo adverso em grande escala. Apesar de o nome assustar, eles são mais comuns do que imaginamos.
Ao todo, existem três tipos de ciclones. Os extratropicais, por sua vez, são aqueles associados às frentes frias (regiões que demarcam o avanço de massas de ar).
Massa de ar frio
Após a passagem desse sistema, entre as madrugadas dos dias 14 e 15, uma massa de ar mais frio ingressará nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, afetando as áreas de produção e aumentando o risco de geada em áreas de baixada do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, onde as temperaturas mínimas deverão variar em torno de 3°C a 5°C, com pontos mais baixos podendo chegar a 0°C em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Fontes:G1 e Canal Rural