Para entender um pouco mais a aflição do produtor, em relação aos efeitos que a La Niña pode causar, entrevistamos o consultor agro, Márcio Ücker, especialista em gestão e economia em agronegócios, para saber e compreender deste cenário.
Como previsto, o fenômeno La Niña está tendo forte atuação no nosso Estado Gaúcho, principalmente em nossa grande região produtora de grãos, como explica Márcio:
“O La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, que no Brasil, causa excesso de chuvas no centro-oeste e norte e seca ou falta de chuvas no sul do Brasil. Na safra 2020/2021, nosso Estado foi atingido pelo evento, o qual causou ainda, chuvas irregulares, porém estas chuvas ocorreram nos momentos certos para a lavoura de soja, que resultou em uma excelente produção da oleaginosa. Conforme os meteorologistas e os institutos meteorológicos já indicavam, o evento La Niña de fato se instalou e está em plena ação em nosso Estado Gaúcho, mais precisamente em nossa grande região produtora”.
As lavouras de milho, estão sendo as mais afetadas, principalmente as que estão em final da fase vegetativa e iniciando seu período reprodutivo. A equipe de técnicos e agrônomos da Epagre Projetos e Assistência Técnica que que vêm monitoramento as lavouras já começaram a acionar os primeiros seguros das lavouras de milho.
“Vimos lavouras de milho, já com perdas de mais de 70%, e isso significa muito, pois além do grão (que não será produzido), o restante das plantas que poderiam ser utilizadas para alimentar as vacas para melhoria ou incremento da produção da produção de leite nas propriedades leiteiras, não rendem um bom alimento e dificulta mais ainda o cenário no campo, e já nas lavouras de soja, que iniciaram sua semeadura quando as lavouras possuíam umidade, emergiram, mas muitas plantas não resistem a estas altas temperaturas, sendo necessário o replantio, quando a umidade retornar a nossa região” explana o consultor.
Muitas lavouras ainda dependem também do retorno das chuvas, para poder seguir o trabalho de semeadura, que já provoca atraso neste processo o que resulta na perda da melhor época de plantio indicada pelo zoneamento agrícola. Este processo de atraso, pode ainda, causar redução na produção final.
“As previsões climáticas futuras são divergentes. Alguns meteorologistas afirmam que o ápice do evento La Niña é agora, e que em breve ficará mais ameno, voltando com períodos de chuvas, que ainda podem ser irregulares, mas que a ação deste evento pode perdurar até março de 2022. Outros já afirmam que o ápice do evento persistirá ainda durante os meses de dezembro 2021 e janeiro de 2022. Em se confirmando, teremos sérias complicações no campo evento pode perdurar até março de 2022. Outros já afirmam que o ápice do evento persistirá ainda durante os meses de dezembro 2021 e janeiro de 2022. Em se confirmando, teremos sérias complicações no campo e para toda a cadeia produtiva em nosso município” afirma o entrevistado.
O cenário atual, mostra que teremos precipitação de chuva esta semana, mas que não reverterá o cenário de perdas do milho, na maioria das lavouras.
Favorecerá a continuidade do plantio da soja e em casos pontuais, o replantio algumas lavouras específicas.
Produtor, precisando de orientação, mesmo a lavoura não sendo assistida pela EPAGRE, será muito bem recebido em nosso escritório e por nossa equipe de técnicos e que iremos te posicionar e orientar sobre todo o cenário e te dar o encaminhamento correto com relação ao seu seguro agrícola e/ou proagro.
Fonte: Jornal Visão Regional